Desde quando não ser esquálida ou sarada virou falha de caráter?

Faz algum tempo que o verão chegou e com ele a neurose básica da humanidade: corpos ficam à mostra nas praias, nos parques e clubes... o que fazer com eles agora?



Revistas falam de métodos "infalíveis" para combater celulites e estrias que ninguém mais aceita ter e orientam sobre dietas que pretendem "secar", "enxugar" e colocar no lugar corpos que não se encontram dentro dos padrões atuais de beleza: barriga tanquinho e corpos quase sem curvas.



Particularmente, desde bem nova sempre fui meio avessa a mostrar meu corpo, a não ser na intimidade. Mas, depois de adulta, parece que a coisa foi tomando a forma de um monstro e acabei passando a não ir muito à piscina, à praia porque depois do anticoncepcional, passei a ter celulite. Depois de duas gestações e montanhas russas hormonais e uma boa dose de sedentarismo, veio um bocado de flacidez me fazer companhia.



Claro, pra isso tudo tem jeito; não deveria me envergonhar das marcas que minhas escolhas me trouxeram, muito menos deveria viver escondida sob as cangas. Então sem me dar conta, de uns dias pra cá voltei a usar meus shorts e me dei conta de que há adolescentes em condições (esteticamente falando) iguais ou piores que as minhas. Que minhas preocupações não fizeram meu marido me amar menos ou desejar me ver com gola rulê e pernas cobertas por saias com armação.



Que tenho curvas e até dobras, sim, e sou aceita por isso pelas pessoas que me interessam e que fazem real diferença na minha vida: amigos e família. Não significa que eles não torçam pra que eu vole a me exercitar assim que o ortopedista liberar, pela minha saúde, mas não pra deixar de ser quem eu sou.



Por isso, achei interessante copiar essa reportagem do site http://moda.terra.com.br/interna/0,,OI4188128-EI1119,00-Gordinhas+e+naophotoshopadas+estampam+capas+de+revistas.html e também afirmar que nem achei as modelos "gordinhas", assim como acho o máximo no seriado que adoro, Grey's Anatomy, que a personagem considerada mais sensual (em inglês hot = quente)do programa seja justamente uma mulher exuberante, com ossos grandes, que se aceita como é. - Como toda mulher deveria se olhar, com carinho e respeito pelo que é. Valorizando as próprias características.




Quarta, 6 de janeiro de 2010, 11h13



Gordinhas e "não-photoshopadas" estampam capas de revistas

Michelle Achkar
Reprodução
O editor da revista Jackie Frank declarou que uma pesquisa com mais de 5 mil leitoras revelou que apenas 12% delas está feliz com seu corpo

O ano começou com o mundo da moda questionando a ditadura da magreza e o uso do Photoshop. A reação da mídia foi rápida. Chega às bancas na próxima semana a revista V que traz as modelos Jacquelyn Jablonski e Crystal Renn usando a mesma roupa e fazendo a mesma pose.

(Reprodução da foto que consta na reportagem)





Sob o título One size fits all, a magrinha Jacquelyn e a modelo plus-size Renn aparecem usando as mesmas roupas e fazendo as mesmas poses, sugerindo que a beleza está presente em silhuetas de todos os tamanhos. Renn usa manequim 46. As fotos foram feitas pelo americano Terry Richardson.
Renn, de 23 anos, começou a carreira aos 14 anos e já sofreu de anorexia ao tentar se encaixar nos padrões da indústria da moda. Depois de engordar mais de 30 quilos, sua carreira voltou a decolar e ela fotografou diversas campanhas e capas de revistas como modelo fora dos padrões.
A mesma edição traz um editorial como modelos gordinhas, com o tema ´Curves Ahead´(Curvas à frente). Candice Huffine, Marquita Pring, Michelle Olson, Tara Lynn e Kasia P posaram de calça jeans justa e top ou de body, revelando curvas generosas, bem mais recheadas do que as das modelos convecionais.
Outra revista que se junta ao coro é a Marie Claire australiana, que traz na edição de fevereiro a ex-Miss Universo Jennifer Hawkins nua na capa sem retoques.
O que se vê na imagem são marcas na pele, diferente da imagem perfeita exibida quando as fotos são submetidas ao tratamento com Photoshop. Apesar do aspecto mais natural, a modelo exibe formas enxutas, dignas de uma top model, o que já causando reações negativas por parte das leitoras e da imprensa mundial.
O editor da revista Jackie Frank declarou que uma pesquisa com mais de 5 mil leitoras revelou que apenas 12% delas está feliz com seu corpo. A foto de Hawins será leiloada no fim do mês e a renda será doada à Butterfly Foundation, que apoia mulheres que sofrem de distúrbios alimentares.
Especial para Terra

Para completar essa matéria, tem uma outra aqui do UOL: http://noticias.uol.com.br/ultnot/cienciaesaude/


o6/01/2010 - 15h40
Meninas que emagrecem demais podem ter osteoporose, diz estudo

Da Efe
As adolescentes que se submetem a rígidas dietas correm o risco de sofrer, a longo prazo, graves problemas nos ossos, como a osteoporose, indica um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Bristol (sudoeste inglês).
A pesquisa realizada por um grupo de especialistas da universidade, divulgada hoje pelo jornal britânico "The Times", destaca o importante papel que a gordura desempenha no desenvolvimento dos ossos e, de forma particular, nos das meninas.

Imagens de modelos esqueléticas têm a ver com o alarmante aumento da osteoporose - para tirar suas conclusões, os especialistas se concentraram em mais de 4 mil adolescentes de 15 anos nos quais usaram técnicas de scanner com as quais calcularam a forma e a densidade dos ossos desses jovens, bem como a quantidade de gordura corporal que tinham.
Com essa pesquisa, o grupo de pesquisa "Children of the 90s Project" constatou ossos maiores e mais grossos nos jovens que mostraram um maior nível de gordura.
Apesar de que já se sabia que a quantidade de músculos de um corpo tem relação com o crescimento ósseo de uma pessoa, essa pesquisa ressaltou o papel que desempenha a gordura no desenvolvimento dos ossos.
Por exemplo, nas meninas, um aumento de cinco quilos na gordura corporal foi associado a um aumento de 8% na circunferência da tíbia.
Portanto, embora as mulheres tendam a apresentar níveis de gordura superiores aos dos homens, mesmo que elas se mantenham em um peso considerado normal, essa descoberta indica que a gordura exerce um papel importante no desenvolvimento do osso feminino.
Modelos
Outro estudo elaborado pela Unidade de Pesquisa de Desequilíbrios Alimentares da King's College de Londres descobriu que as frequentes imagens de modelos que aparecem na mídia, cantoras e atrizes de aparência esquelética têm muito a ver com o alarmante crescimento desse tipo de transtorno.
Além disso, 25 diferentes estudos mencionados pelo jornal disseram que o efeito dessas imagens é maior nos adolescentes.
Até o momento, as pesquisas tinham se concentrado na quantidade de músculo como um dos grandes formadores de massa óssea ao longo da vida.
O desenvolvimento de ossos fortes na juventude é particularmente importante para as mulheres, já que elas contam com uma probabilidade três vezes maior de sofrer osteoporose e sofrem até três vezes mais fratura de quadril do que os homens.
O professor Jon Tobias, que comandou a pesquisa, adverte ao jornal que a redução excessiva de gordura corporal poderia ter efeitos adversos nos ossos em desenvolvimento e causar problemas de saúde a longo prazo.

0 pitaco(s):

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...